O LiGA

Histórico de Formação

O grupo de pesquisa “Laboratório Integrado de Geografia Física Aplicada (LIGA)” foi constituído em 2018, por uma congregação de professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

O grupo tem por principal objetivo desenvolver pesquisas e trabalhos científicos integrando as linhas de pesquisas e áreas de conhecimentos inerentes a cada participante e colaborador deste grupo.

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Áreas Temáticas de Pesquisa

Dentre os eixos temáticos trabalhados pelos pesquisadores do grupo, destacam-se: Geomorfologia, Biogeografia, Educação Ambiental/Meio Ambiente e Ensino de Geografia Física, Planejamento Urbano, Planejamento Ambiental, Análise de Riscos Ambientais, Geografia da Saúde, Climatologia Geográfica, Climatologia e Meteorologia Urbana, Modelagem Atmosférica-Hidrológica, Desenvolvimento Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,  Sensoriamento Remoto do Ambiente, Classificação de Imagens, Mineração de Dados, Modelagem do Conhecimento, Cartografia Temática e Digital, Geoprocessamento Aplicado à Análise Ambiental,  Geoecologia da Paisagem, Sistemas de Informações Geográficos, Modelagem de Bancos de Dados Espaciais, Resposta a Desastres Ambientais, Monitoramento de Mídias Sociais no Apoio a Emergências.

Parcerias com Instituições Ambientais, de Ensino e Pesquisa

Apesar de sua recente formação (2019), os pesquisadores vêm sistematicamente cooperando e interagindo há alguns anos, por meio de trabalhos de pesquisa e extensão, orientações acadêmicas de graduação e pós-graduação e elaboração de trabalhos científicos, com atenção especial às regiões do oeste metropolitano da cidade do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense.  O LIGA possui parcerias com diversas instituições e laboratórios de pesquisa como:

  • Floresta Nacional Mário Xavier (FLONA MX/ICMBio);
  • Reserva Biológica do Tinguá (REBIO Tinguá/ICMBio);
  • Embrapa Solos;
  • Laboratório de Cartografia (GEOCART/UFRJ);
  • Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA/UFRJ);
  • Laboratório de Geoprocessamento Aplicado (LGA/UFRRJ);
  • Laboratório de Dimensões Sociais Aplicadas a Atividade Física e ao Esporte (LABSAFE/UFRRJ);
  • Laboratório de Hidrologia da UFRJ (LABHID/COPPE/UFRJ);
  • Centro de Apoio Científico em Desastres (CENACID/UFPR).

Sede

Sediado no Departamento de Geografia do campus Seropédica da UFRRJ, o grupo desperta o interesse em congregar suas distintas, porém complementares, áreas de conhecimento, em prol do desenvolvimento de diagnósticos e proposição de soluções que visam o desenvolvimento da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, localidades caracterizadas pela alta densidade populacional, carências socioeconômicas e impactos ambientais diversos. Dada a sua localização, a Universidade assume uma responsabilidade como instituição pública e um modelo de referência e “esperança” para a sociedade e à  comunidade local, no apoio ao desenvolvimento planejado de ações integradas no ambiente.

Sede do LiGA – Departamento de Geografia – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – campus Seropédica.  Autoria: Stephanie Leal – Leal Fotografia

Contudo, em meio a um cenário de cortes e contenções de despesas que o país vive, para garantir sua consolidação física e institucional, e manter suas atividades de pesquisas, a exemplo de muitos outros grupos e instituições públicas, o LIGA trabalha na captação de fomento para a implantação de sua sede física, além de buscar recursos para as atividades de pesquisa. A captação também contempla a garantia de recursos para apoiar atividades de campo, além da qualificação dos dados obtidos pelos equipamentos sugeridos para compra neste projeto, além disso, proporcionará a participação de seus colaboradores em eventos, para fins de divulgação e discussão dos resultados emanados nas pesquisas, bem como a possibilidade de parcerias de pesquisas com outras instituições.

Área Geográfica Foco de Nossas Pesquisas: Região Metropolitana do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense

Por sua posição geográfica e por conta dos processos históricos, econômicos, jurídicos e políticos, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) é hoje o segundo pólo de concentração demográfica e de atividades econômicas do país, contendo um grande volume de atividades e fluxos, oferta de bens e serviços mais especializados e uma alta taxa de urbanização. No estado, a RMRJ concentra, em média, 90% da população estadual e é sobrecarregada regionalmente pela concentração de grande parte dos serviços, reduzindo a força política e econômica do interior fluminense [1].

O Oeste metropolitano apresenta características físicas e ambientais relativamente semelhantes e pode ser considerado uma subárea da RMRJ. É uma região situada em uma ampla e importante área de baixada, permeada por cursos d’água que dissecam seu relevo – os seus maciços costeiros – e que contempla baixos índices de desenvolvimento humano, como educação e renda. A região foi definida pelos bairros da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, a Área de Planejamento 5 (Bangu, Gericinó, Padre Miguel, Senador Camará, Campos dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Realengo, Vila Militar, Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo, Senador Vasconcelos, Barra de Guaratiba, Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Paciência, Santa Cruz e Sepetiba), e pelas cidades de uma porção da Baixada Fluminense, a saber: Itaguaí, Seropédica, Paracambi, Japeri, Queimados e Nova Iguaçu, conforme representado no mapa abaixo.

Localização do Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro. Autoria: Gustavo Mota de Sousa (LiGA/UFRuralRJ)

O município do Rio de Janeiro apresenta maiores oportunidades de emprego e melhores condições para atrair novos investimentos para o estado do Rio de Janeiro, principalmente por ser o principal centro produtor e distribuidor de bens e serviços de todo o Estado [2]. A Zona Oeste é a área que mais se expande no município, seja no número de domicílios urbanos, seja como sede de novos grupos empresariais e serviços prestados.

Na periferia imediata está a Baixada Fluminense, com quase 30% da população da região metropolitana, onde estão localizadas indústrias de produção petroquímica, química e plástica (Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti); de vestuário (Nova Iguaçu e São João de Meriti) e papel/editorial/gráfica (Duque de Caxias e São João de Meriti). No entanto, também apresenta uma expressiva parcela da população subempregada nos serviços que demandam baixa qualificação de mão de obra, e que apresentam baixa remuneração [2].

Diante desse quadro e com o intuito de dinamizar a economia fluminense, aproveitando-se de um alinhamento político entre os gestores federal e estadual, que não acontecia há muitas décadas, decidiu-se por colocar em pauta um projeto engavetado desde os anos 1970. Com a disponibilidade de verba proporcionada pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, o Projeto Arco Metropolitano voltou a ser discutido.

O Arco Metropolitano é uma rodovia que circunda a região metropolitana, atravessando praticamente todos os municípios da Baixada Fluminense, até o Porto de Itaguaí. O objetivo inicial era proporcionar maior integração da capital com seu interior, pois o Estado da Guanabara foi fundido ao Estado do Rio de Janeiro. Agora objetiva atrair investimentos para o Estado do Rio de Janeiro, convergir as diferentes rodovias que chegam ao Rio de Janeiro conduzindo a produção para o porto. Tudo isso para estimular a geração de emprego e renda, além de tirar o fluxo de caminhões que circulava dentro da capital, na Avenida Brasil (BR 101), desviando para o Arco Metropolitano, atual BR 493.

Junto com o Arco Metropolitano estavam planejadas a vinda de dois grandes empreendimentos: a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada em Santa Cruz e o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí. Ao longo do Arco Metropolitano instalar-se-iam novas indústrias consumidoras da produção das indústrias de base situadas nas suas extremidades: aço em Itaguaí e plásticos em Itaboraí, cumprindo o importante papel de dinamizar a economia do Estado do Rio de Janeiro.

A CSA começou suas atividades já no ano de 2010 e o Arco Metropolitano foi inaugurado em 2014, após cortar para a sua construção uma unidade de conservação, a Flona Mário Xavier, que é a maior área vegetada do município de Seropédica. De acordo com Vargas et al., (2019) [3], a área desta Flona abrange uma área 495 ha, a qual se encontra constantemente ameaçada por diversos crimes ambientais que pressionam seu entorno e a própria floresta, destacando-se as queimadas ilegais, uso da área para pastoreio, roubo de madeira e o trânsito de veículos no Arco Metropolitano e na Rodovia Presidente Dutra colocando em risco a fauna ali presente, dentre outros problemas também enfrentados pela maioria das unidades de conservação da RMRJ. Já o Comperj, planejado para ser o maior polo petroquímico da América do Sul, com potencial para atrair mais de 700 empresas para atuarem na indústria de transformação [4], não foi construído. Isso se deve à crise do setor petrolífero que atingiu diretamente à Petrobras, responsável pelo empreendimento.

Assim, a borda leste da região metropolitana não teve capacidade de atrair tantos investimentos quanto a borda oeste, onde localiza-se a CSA. Esta é a principal área de incorporação de novas terras ao tecido metropolitano, apresentando taxas de crescimento populacional mais aceleradas atualmente no estado do Rio de Janeiro [5]. Além disso, Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados e a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro representam a principal área de expansão metropolitana, mas que sofrem com diversos tipos de carências sociais e de infraestrutura, deixando sua população ainda mais vulnerável.

Por fim, mas não concluindo, as transformações ocorridas ao longo da história recente resultaram em uma série de modificações no sistema ambiental, atingindo os sistemas geológicos e geomorfológicos principalmente pelas atividades de mineração, e os recursos hídricos e biogeográficos pelo desmatamento e expansão urbanística. Além destes, a atmosfera (local) pode ter sofrido alterações, principalmente no que tange ao balanço de energia do solo urbano, onde o aquecimento diurno e o resfriamento noturno podem ser altamente comprometidos pelas diversas propriedades físicas da nova superfície.

[1] MARAFON, G. J.; RIBEIRO, M. A.; CÔRREA, R. S.; VASCONSELOS, V. N. (2011). Geografia do estado do Rio de Janeiro: da compreensão do passado aos desafios do presente. Rio de Janeiro, Grama Editora, 161p;
[2] FARIAS, H. S. Espaços de risco à saúde humana na região metropolitana do Rio de Janeiro: um estudo das trajetórias de poluentes atmosféricos do Arco Metropolitan. CSA e COMPERJ. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense, Niterói. 149p, 2012.
[3] VARGAS, K. B.; FARIAS, H.; SAMPAIO, A, C.; BARROS, R. C.; SOUZA, R. L. N. de. A Floresta Nacional Mário Xavier Como Espaço Livre de Uso Público no Município de Seropédica-RJ. Gestão, percepção e uso de espaços públicos. Capítulo 7. Editora Anap. Tupã, 2019, pág. 115. Disponível em: https://www.amigosdanatureza.org.br/biblioteca/livros/item/cod/186 acesso em 23/07/2019.
[4] CSA – Estudo de Impacto ambiental da usina siderúrgica CSA. Reference: B6000/05.01. Outubro, 2005.
[5] GUSMÃO, P. P. (2010) Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana do Rio de Janeiro. In: Nobre, C. and Hogan, D.J., Eds., Projeto Megacidades, Vulnerabilidade e Mudanças Climáticas. INPE/UNICAMP/UFRJ, 32 p.

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